domingo, 20 de maio de 2012


Animação Hospitalar

Fazer animação em hospitais é muito complicado mas muito gratificante. O termo animação tem uma origem grega na palavra “anima” que significa “alma” (MELO, 2004). Isso porque ao inter-relacionarmos a animação com o contexto hospitalar pode constatar que este é um aspecto de fundamental relevância: dar alma a um lugar que está acostumado a existir sem ela. Afinal, não podemos ignorar os relatos de que o ambiente hospitalar é “frio”, imparcial e desprovido do riso, da alegria e do lúdico, sendo solitário apesar do grande trânsito de pessoas. Também não podemos ignorar que este espaço é gerador de muitas incertezas e medo (ALMEIDA e col., 2001:175; CASARA e col., 2007). Existem certas intervenções que ocorrem no âmbito hospitalar. Em muitos casos este tipo de trabalho é considerado colaborador para  melhorar a qualidade de vida dos pacientes e para a humanização do ambiente hospitalar, isto desde que haja um ambiente favorável, proporcionado aos pacientes, sempre que possível, através da inserção do brinquedo, de técnicas e atividades que sirvam de recurso para tornar esse meio acessível e mais agradável podendo acelerar a recuperação, contribuindo para a diminuição da permanência hospitalar dos internos (CASARA e col., 2007). Um exemplo de intervenção no âmbito da animação cultural em hospitais é o projeto de extensão universitária realizado pelo CELAR (Centro de Estudos de Lazer e Recreação) da UFMG, que tem como título: Animação Cultural no contexto hospitalar: vivências da Educação Física e do Turismo com crianças em Clínica de Hematologia do Hospital das Clínicas da UFMG. Os participantes deste grupo desenvolvem ações que possam contribuir com a ampliação do repertório de vivências culturais das crianças envolvidas, bem como na resinificação do espaço hospitalar. A intervenção possibilita a formulação de uma série de questões relativas às possibilidades e maneiras de intervir no ambiente hospitalar na perspectiva de humanização desse espaço (LIMA et al., 2007). Assim, é fundamental esclarecer que mesmo no hospital a atuação do animador cultural não pode estar afastada da realidade, sendo preciso entender todo o processo que envolve a indústria cultural, a mídia, a cultura de massas, a cultura de consumo acrítico, bem como a influência de países hegemônicos, para se pensar em atitudes desejáveis nas intervenções de animadores (MELO, 2006b).

Anabela Leal
Cátia Salvador

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