Animação Hospitalar
Fazer animação em hospitais é muito complicado mas
muito gratificante. O termo animação tem uma origem grega na palavra “anima”
que significa “alma” (MELO, 2004). Isso porque ao inter-relacionarmos a
animação com o contexto hospitalar pode constatar que este é um aspecto de
fundamental relevância: dar alma a um lugar que está acostumado a existir sem
ela. Afinal, não podemos ignorar os relatos de que o ambiente hospitalar é
“frio”, imparcial e desprovido do riso, da alegria e do lúdico, sendo solitário
apesar do grande trânsito de pessoas. Também não podemos ignorar que este
espaço é gerador de muitas incertezas e medo (ALMEIDA e col., 2001:175; CASARA
e col., 2007). Existem certas intervenções que ocorrem no âmbito hospitalar. Em muitos casos este
tipo de trabalho é considerado colaborador para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e
para a humanização do ambiente hospitalar, isto desde que haja um ambiente
favorável, proporcionado aos pacientes, sempre que possível, através da inserção
do brinquedo, de técnicas e atividades que sirvam de recurso para tornar esse
meio acessível e mais agradável podendo acelerar a recuperação, contribuindo
para a diminuição da permanência hospitalar dos internos (CASARA e col., 2007). Um exemplo de intervenção
no âmbito da animação cultural em hospitais é o projeto de extensão
universitária realizado pelo CELAR (Centro de Estudos de Lazer e Recreação) da
UFMG, que tem como título: Animação Cultural no contexto hospitalar: vivências
da Educação Física e do Turismo com crianças em Clínica de Hematologia do
Hospital das Clínicas da UFMG. Os participantes deste grupo desenvolvem ações
que possam contribuir com a ampliação do repertório de vivências culturais das
crianças envolvidas, bem como na resinificação do espaço hospitalar. A
intervenção possibilita a formulação de uma série de questões relativas às
possibilidades e maneiras de intervir no ambiente hospitalar na perspectiva de
humanização desse espaço (LIMA et al., 2007). Assim, é fundamental esclarecer que
mesmo no hospital a atuação do animador cultural não pode estar afastada da
realidade, sendo preciso entender todo o processo que envolve a indústria
cultural, a mídia, a cultura de massas, a cultura de consumo acrítico, bem como
a influência de países hegemônicos, para se pensar em atitudes desejáveis nas
intervenções de animadores (MELO, 2006b).
Anabela Leal
Cátia Salvador
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