domingo, 3 de junho de 2012

Animação Sociocultural em contexto hospitalar

A importância da Animação Sociocultural em contexto hospitalar
O tempo em que o hospital era uma instituição fechada pertence ao passado, mas não tão distante. Ainda há quem pense que a criança doente precisa de sossego, pelo que não deve ser incomodada. Esquecem-se de ouvir a opinião das crianças e dos pais. Está comprovado que a promoção de vivências que permitam à criança continuar a poder ser criança enquanto está no hospital vai contribuir para a diminuição dos efeitos do internamento, proporcionar uma melhor qualidade de vida e tornar o olhar sobre a criança no hospital mais humanizado.
Um hospital é uma instituição com inúmeras capacidades, com recursos humanos dotados de um potencial de criatividade que importa dinamizar para melhorar a vida da criança, contribuir para o cumprimento das recomendações da Carta da Criança Hospitalizada é garantir o direito de Ser Criança mesmo quando está doente.Para a criança, a permanência num hospital é uma experiência traumatizante, é uma ruptura com os seus hábitos e com o seu mundo habitual: a família, a escola e os amigos.
A hospitalização pode gerar sofrimento e angústias que a fragilizam e até pode dificultar o seu processo de tratamento. Os sentimentos de solidão de ruptura com a vida exterior, o medo da dor, a perda da independência e da autonomia, são elementos que podem tornar a vida no hospital triste e tensa.
Uma das formas de os minimizar é tornar o meio hospitalar mais amigável, é levar vida e proporcionar experiências diferentes à criança e à família que tornem a sua estadia menos dolorosa, é contribuir para um ambiente mais humanizado. Hoje, estão disponíveis diversos meios que podem amenizar a estadia da criança no hospital, como por exemplo: o apoio educacional, a visita dos amigos, a criação de momentos de quebra de rotina da vida diária com a introdução de vivências em que a criança possa esquecer o local onde está, e viver momentos de profundo bem -estar e satisfação. Isto quer dizer que os serviços devem estar centralizados na criança e nas suas necessidades. Brincar é uma actividade fundamental ao seu desenvolvimento mesmo quando doente, para além disso é um direito.
Como temos conhecimento, tem-se assistido nos últimos anos a um interesse crescente por parte da sociedade em intervir nestes locais, isto corresponde a uma maior consciencialização dos direitos das crianças e do seu papel.
A Animação Sociocultural nestes locais é muito importante, pois é necessário que existam intervenções programadas da responsabilidade de profissionais preparados para o meio hospitalar, que aprenderam o que é um hospital, o respeito pela criança e pela família, que sabem estar com os profissionais de saúde, que dialogam com eles com o intuito de contribuir para o bem - estar da criança e que principalmente têm vontade de aprender com os outros profissionais para que exista um trabalho de equipa e uma troca de saberes. Esta intervenção é sentida pela criança e família, e também pelos outros profissionais que, muitas vezes usufruem de momentos lúdicos, de paragem na sua actividade, que é frequentemente geradora de grande tensão. É necessário existir por parte dos serviços uma organização para que estas iniciativas possam ser conjugadas, articuladas e integradas na vida hospitalar, constituinda uma mais valia no apoio às crianças e às suas famílias.
Isto requer profissionais nas respectivas áreas da cultura e/ou Animação e não pessoas de boa vontade que gostem de animar crianças. É necessário garantir a continuidade e o profissionalismo.
 
Anabela Leal
Cátia salvador

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